Mas eram altos os barulhos dos talheres de prata
Soavam em cascata o tilintar das taças de cristais
E então a voz não foi ouvida
Tenha colo nos braços da paz e repouse serena a criança
perdida
Tenha esperança, ainda, na vida aquele quem a idade veio
abraçar
Tenha flores os campos...
Derrame o céu sobre a terra as águas de seus cântaros...
Se não houver quem clame por nós, as pedras assim farão
Mas ouça, ainda, a voz de uma mão estendida
Divida, ainda, a melhor parte de sua comida
Uma vida atendida, e a morte não poderá convidá-la ao seu
banquete
Um azul e vermelho à beira do mar, na areia da praia
A inocência rendida no desespero de vida, o fôlego que se
foi
Acolhida pelos braços do Pai das luzes, a sua luz enfim
se acendeu
Era uma criança que pouco cresceu e que o mundo não parou
para ouvir...
Hoje à noite uma voz ecoará no mundo lá fora
Aquiete os barulhos altos de seus talheres de prata
Cesse o tilintar das taças de cristais
E então atenda a voz e ouça o que ela tem a clamar...
Lucas Nunes
3 comentários:
É realmente nos distraímos muito com pequenas coisas desimportantes.
Espero ouvir a voz me chamando ;)
Na correria do dia a dia infelizmente deixamos passar muitos acontecimentos. Fora isso, muitas pessoas ficam tão preocupadas consigo mesmas que perdem a sensibilidade em relação ao próximo.
Somos tão ligados em nós mesmos e nossos confortos que somos incapazes de ouvir as vozes que clamam. Seu texto nos leva a reflexão. Beijos
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