Sopra o vento os teus ares, brumas à relva em flor
Em cada galho a oferecer espaço, um pássaro a espera...
Abrem asas e vibram a terra com os cânticos de primavera
Ecoa o som de um violão do “seu moço” num banquinho
Não se move a viva estátua envolta de luz dourada pela tinta que reluz
O sol insiste um pouco e ainda pra quem deseja mais no dia o dia abraçar
Brindam taças de copos-de-leite toda a gente que sente a primavera cantar
Voltam os filhos para a casa e pra casa toda a criação
Doces, compotas, bolos e tudo o mais que adoça a todos servir
Mais à noite surgem histórias por quem plantou lá fora flores pra colorir
Silencia a voz que narrava às canções fora da casa que embalam quem espera o sono vir
Flutua sobre os campos em graça por todo canto, sua majestade estação
Na borda dos teus vestidos brota o colorido em pétalas de jasmim
Nasce em ti a vida de cada espécie que tinge a essência alegre presente em cada ser
Caminham por tapetes amarelos os pés que ficaram à espera do deitar de um ipê
Traz o vento os teus encantos em brisas de aroma e cor
Sopra o vento os teus ares, brumas à relva em flor
Em cada galho a oferecer espaço, um pássaro a espera...
Abrem asas e vibram a terra com os teus cânticos de primavera
Lucas Nunes