Recolheria-me junto a voz que chama pelo fim do dia
Estaria de longe olhando o som que desce em canto pra ser o meu vigia
E por sempre, na terra escondida, viveria por entre todas, a mais bela vida...
Eles todos voltam em suas filas, com seus cestos de pães e boa comida
Todos cantam a canção do regresso em um expresso ar de harmonia
Deixam as marcas pela trilha que não será seguida
Em um pequeno espaço que fora vasto, hoje terra escondida...
Todas as crianças brincam em roda a vida de dentro e a vida de fora
O sonho é o conto verdadeiro que forasteiro nunca verá por perto
E é certo que enquanto a luz'inda brilha, a terra permanece escondida
E o vento apenas guia a fila dos grandes e pequenos na terra daquela sina...
O orvalho quebra o silêncio quando a relva é tocada
Os que voam cintilam a liberdade por sob e sobre as asas
Os que caminham se embalam no toque da alvorada
E se constroem estradas por entre aquelas terras por tanto guardada...
Seja amigo, que de tão distante ainda tenta vir e ter sua parcela
Regue à sorrisos os teus passos para que os pastos não lhe sejam escondidos
Apenas ande no instante em que sentir o mundo seguir contigo
Então verás aquela vila, onde uma e tantas outras vidas zelam pelo 'ali estar
Se morares naquele canto regado pelos cântaros de alegria
Se recolhas junto a voz que chama pelo fim do dia
Estejas ao longe olhando o som que desce em canto para ser o teu vigia
E pra sempre, na terra escondida, viva por entre todas, a mais bela vida...
Lucas Nunes