Balés de renda sobre os pés da pequena estrela maior
Vagueiam no clarão, noite adentro, moradores das tendas de rua
Estendem num teto morada, toda a casa decorada por saias de lua...
Mesmo que distante seja o caminho de um olhar ao teu encontro
E em teu recanto sejas tu luz de luar pra'lumiar teu vaguear no escuro
Da pra ver daqui tuas pegadas traçando os caminhos do espaço
Tua saia espalhando águas e recolhendo areias de pés descalços...
Se em tua face branca há marcas de quem passou por tua palidez
Há aqui, em dia de noite escura, clarear nos dias de escassez
Nas fases de tua vida crua, o mar escuro te revela nua
Reflete em estrada prata, pra que tu vejas em espelho d'água teu brilho acender...
Vai se pondo, em outro canto do mundo, no convite da aurora, no teu ninho de algodão
Vai nascer, à quem possa te ver, dama da noite, em moradas do coração
Sem o som de um ruído, no calar de um gemido, vens tu em ar de graça
Olhos brilham, pedras cintilam quando os teus olhos clareiam os caminhos de volta pra casa
Clara centelha de luz que clareia vaga-lumes na terra
Balés de renda sobre os pés da pequena estrela maior
Vagueiam no clarão, noite adentro, moradores das tendas de rua
Estendem num teto morada, toda a casa decorada por saias de lua...
Lucas Nunes