Na mesa de um café, a mesma senhora, o mesmo olhar a
perder de vista
Em cartazes pela rua, o seu nome quem me chama por
caligrafia
Um garçom que se aproxima, a refeição por ele erguida, a
mesa agora vazia...
Cansei as minhas pernas ao gastar minhas passadas
Segui por todos os becos pegadas de quem apenas vi
distante
Aquela senhora, sentada sozinha com seu bloco de notas
Agora perdida, em busca de outra mesa, outro café, para
um brinde sozinha
Não há mistérios para a solidão, nem pecado algum que a
condene
Antes só do que acompanhado e ainda só...
Antes só contigo do que consigo e em perigo...
Mesmo não havendo música ali, ela se levantou e decidiu a
canção seguir
Estando toda a rua em passadas de corrida, ninguém notou
sua passagem
Bem distante e ao longe, já na linha de chegada, um
cartaz foi erguido
Em letras garrafais somente ela pode ler o escrito...
“Teus passos cansados me trouxeram de volta o lugar à mesa, ainda
vazio...”
Das horas que não sei, passos de uma corrida se aproximam
Na mesa de um café, a mesma senhora, o mesmo olhar a
perder de vista
Em cartazes pela rua, o seu nome quem me chama por
caligrafia
Um garçom que se aproxima, a refeição por ele erguida, a
mesa, por ora, ainda vazia...
Lucas Nunes