Não me dei conta que quanto mais seguia mais longe do porto ficava
As névoas de alto mar me encobriam
E eu já não mais sabia pra que lado ficava o cais
Era embarcação posta ao rumo incerto
Foi aquela a crença de que a teoria estava certa
E o castelo de cartas se ergueu em meio as águas e vento
E remei até onde pudera este se sustentar no tempo
Minhas lembranças serão esquecidas nos rabiscos de folhas guardadas
E que o tempo logo se aproxime para varrer os cômodos da casa
As horas que custam passar insistem manter-se vivas
Mas há anunciações que as estações irão mudar...
A espera é o passaporte certo à quem deseja o regresso
Exilado eu fui nas terras dos portos distantes
Nem sempre seremos te todo, o certo
Mas voltar, quase sempre será o caminho mais perto
Trago bagagens de uma viagem
Encontro o caminho de volta pra casa
Dou passos de quem aprendeu a andar
Mas não paro, já é hora de voltar!
Levarei em poemas tudo o que eu vivi
Haverá nos meus livros esta vida encapada
E o carrossel andará quando eles forem lidos
E todos os perigos deles irão se afastar...
Me atrevi por caminhos de riscos e segui...
Não me dei conta que quanto mais seguia mais longe do porto ficava
As névoas de alto mar me encobriam
Mas encontrei o caminho que me leva de volta pro cais...
Lucas Nunes