Uma mangueira, um pano pra secar, um sabão
Olhos escondidos, marcas de expressão no rosto da idade
Uma senhora, naquela hora, em uma rua qualquer
A água que lavava o carro escorreu pra lavar a mão
A terra que alimenta a árvore tinge os dedos com graxa e a faz sair
Mas havia uma senhora, chamando do outro lado da rua, querendo ajudar
"Venha cá garoto, lave-se direito, e cuidado para não se molhar"
Ela olhou para fora sem ser percebida
Ela esperou o momento certo para oferecer luz pro dia
E ela disse seu nome quando perguntou o garoto já com as mãos limpas
"Josefa! E o teu?"
Ela sorriu quando ouviu a resposta
"Meu sobrinho tem o nome que é igual ao seu!"
"Não me esquecerei!", ela disse no olhar daquele adeus
Ele... agradeceu!
Foi uma voz que veio por de trás de um portão
Uma mangueira, uma pano pra secar, um sabão
Olhos escondidos, marcas de expressão no rosto da idade
Era uma senhora, numa certa hora, em uma rua qualquer...
Lucas Nunes