Que pingou por terra adentro
Que regou a seca ardendo
E que escorreu pelos dedos de areia
Dentro da terra há morada feita de mina
Entram sem bater e seguem em ciranda cirandar
Cumprimentos de gota d'água formam leitos
E se deitam os pingos em lençóis a escorrer
Aperte o passo camarada que os céus anunciam água
Vem vindo chuva, aos prantos e trovoadas
Mãe de pingos é enxurrada
Sela a terra num abraço de dama molhada
Tem cheiro sim água de chuva
Tem pés molhados pelos passos de rua
Tem pote cheio de água turva
Tem água de barro na roupa suja
Aperte o passo pingo d'água
Que atrás vem vindo chuva
Seus anúncios são trovoadas
Vem mãe de pingos, enxurrada
A nuvem carregada debruça toda em água
Que deságua terra adentro
Que esfria a terra ardendo
E que escorre pelos dedos de areia...
Lucas Nunes
Nenhum comentário:
Postar um comentário