
Teu olhar posto de lado no longe encarado, perto e só
Deseja mais tempo pra mais uma corda de fôlego que acorda teu giro dançante
E é feito de louça o bordado na roupa das Damas de porcelana...
Vai cair a tarde quando o sol for raiar outro dia
Estará o céu tingido em laranja abóbora na luz que luzia
Brilhará no balanço dos teus vestidos fios de ouro de um passado erguido
A riqueza de tua terra, tua por herança, dama criança...
Pés em terra, seca e molhada, marcam pegadas da dança que rodas serena
Vem devagar, devagarinho, passo a passo de fininho quem ousou sair da fila
Trazem luzes de penumbra pra que o ar lhe faça morena
Voltam pra fila, ligeiros, ligeirinhos, passo a passo rapidinho pra um instante tu ficar
Ah se tu soubesses que o réu tem suas preces...
Então tu saberias, que ser livre nesses dias não é ser juiz!
Mas há por trás da rocha dura,
quem sabe com doçura mostrar quem somos nós
Ah tu saberás, lá fora quando voltar, que o caminho é perdoar...
Tua face estática maquiada em pó de poeira ao redor
Mostra teu olhar posto de lado no longe encarado, perto e só
Deseja mais tempo pra mais uma corda de fôlego que acorda teu giro dançante
E é feito de louça o bordado na roupa das Damas de porcelana...
Lucas Nunes